SONETO CV
Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
Perco-me quando escrevo... Me perderia de qualquer forma. Afinal, tudo é perda... E calar é muito mais... Escrevo porque preciso. Escrever é como droga. Vício do qual não me abstenho, e no qual vivo. É como veneno necessário. Se compõe de fragmentos do sentimento. Nos recantos dos sonhos é colhido. Das margens bucólicas dos rios da alma. Essas águas deixo escorrer por meus dedos. Não quero o silêncio... Por isso... Que meu coração jamais se cale.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
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